quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A vida como ela é...

Um vizinho fuma um cigarro na varanda. A noite está fresca, não fria, sabe bem estar na rua.
O ar enche-se de neblina e não se vê a outra margem, quase não se vê o rio. Sabe bem este fresco, estamos no inicio de Outubro e ainda está calor. Um calor bom, mas um tempo de Outono, tempo de Outono na luz, nas folhas que caem das árvores, no regresso à escola dos miúdos, tempo de Outono na rotina diária. Está a acabar o tempo de verão, o tempo de ter tempo, amanhece ainda noite, anoitece ainda tarde e é só o inicio...
O vizinho acaba o cigarro e eu sento-me ao computador, alguém passeia o cão, colocaram barras nos passeios para que os carros não subam, colocaram também um canteiro com uma flor. O José ficou admirado, "isto é novo, porque?".
São as eleições filhote. As eleições! Pequeno de mais para perceber, mas grande o suficiente para reparar. A lua está alta e pequena, a neblina não está tão alta. Os miúdos dormem, a Rosa de cabeça para os pés, cansada da escola e da nova vida de colegas e professora e pessoas que não conhece, mas com quem fica tranquila. Ainda bem.
Na televisão passam os concursos de sempre e os debates do costume, do costume não: fala-se de Cavaco. De Cavaco que não deu tempo a Sócrates para encher o peito com o ar de quase vitória.
Começa nova campanha, as autárquicas estão ai e o Jorge já nada nos comícios e arruadas... a noite está escura a neblina adensou-se e as luzes são apenas pontos luminosos na escuridão...
Estou cheia de trabalho e sem energia, mas estou sentada ao computador, na rua alguém grita, ou fala alto ou quer fazer-se ouvir. A noite está escura como breu, mas a cidade está cheia de luzes de pontos luminosos...

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