Um dia acordamos e eles fazem coisas que nós nem imaginamos.
E fazem como se fosse o mais normal a fazer, como se fosse a coisa certa naquele momento.
Hoje de manhã fui levantar a Rosa da cama e ela não sei porque, porque não é de todo seu habito, dormiu com o urso do José e quando cheguei ela abraçou o urso e embalou-o e depois colocou-o na cama e deu-me os braços para sair. Para eu a abraçar e embalar e dar beijinhos.
Depois teimou em levar consigo um outro boneco a quem deu o pequeno almoço e deu a mão e andou com ele para todo o lado como se fossem mãe e filha, como se fosse a Rosa e a sua filha...ou eu e a minha Rosa.
Eles aprendem assim. Certo? Olham, observam e um dia quando menos esperamos lá estão eles a fazer o que nós fazemos todos os dias. E fazem com a legitimidade de quem sempre fez assim e sabe como fazer.
Uma delicia. Ou não, imaginem que eles nos imitam naqueles dias em que não estamos para ai virados e parece que tudo corre como não deve correr. Nesses dias são eles a fazer birras, como nós também fazemos. Escrevo nós mas penso eu, que não acredito que todos os pais um dia façam birra. Eu sim, há dias em que tenho birras de criança e que me parece que irá tudo à frente, mas respiro e volto a respirar e faço pausa antes de falar e tento, tento com força que não saia uma enorme birra com berros ou gritos e que saia tudo bem, tudo como deve ser. Tento dar colo e beijos e abraços, mesmo que às vezes me apeteça dizer-lhes hoje birra não, para birra já chego eu, porque não quero, não quero mesmo que eles me imitem nesses dias.
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