Estamos em digressão (fins de semana) pelas Festas Populares deste Portugal profundo.
Há 2 fins de semana estivemos na festa das Aranhas perto de Penamacor e este fim de semana fizemos uma dupla: sábado na festa da Urraca e domingo na festa do Sobral no concelho de Oleiros.
Os pequenos andam maravilhados: a Rosa mal ouve música dança, ou abana o corpo, ou levanta os braços e move-se até cair para o lado de sono e de cansaço.
O José delira com as rifas onde ganhou as coisas habituais, para ele maravilhosas novidades.
As festas são momentos incríveis de partilha.
As festas populares são para se estar com as pessoas, e em família com amigos e conhecidos que se encontram pelo menos uma vez por ano.
Naquela data.
Naquele arraial, com um mesmo conjunto musical, a ouvir as mesmas músicas: má melodia, má letra, grandes interpretes, porque conhecidos de todos e muito populares.
Na festa da Urraca vai sempre um mesmo conjunto musical que tem um rapaz que toca guitarra ou baixo ou lá o que aquilo é, e ele desce do palco e vem com a sua guitarra eléctrica dançar para o meio das pessoas e as pessoas tentam ignorá-lo, mas ele não deixa. Este ano ganhou um adepto de tenra idade que com uma guitarra de plástico o seguia arraial fora... uma delicia.
Na festa das Aranhas o ponto alto foi o rancho folclórico com todo o arraial a dançar o Mata Aranha... As adufeiras de Idanha deram o seu melhor...
As festas populares são isto, o convívio, o estar o beber mins atrás de mins de preferência até cair para o lado.
As festas servem para mostrar o vestido o carro novo, o filho mais pequeno, perceber que passou mais um ano e que estamos mais velhos, ou não, para alguns é bom, para outros nem tanto.
Partilham-se maleitas e partilham-se confidências, vê-se alguém que andava desaparecido e come-se. As festas em Portugal fazem-se sempre à mesa, com a mesa, onde a comida não pode faltar... Vamos almoçar, encontramo-nos no arraial depois do jantar, reunimo-nos no adro para comer o porco assado no espeto e beber as mins, sempre as mins.
Não há festa em que falte min.
Agosto é o mês das festas e é bom ir, é bom estar, é bom manter a tradição, é bom haver arraiais em Portugal.
A Rosa veste o seu vestido mais bonito que a meio já está sujo, mas mostra-o orgulhosa por ser, por estar bonita, mais bonita ainda e por todos lho dizerem...
Vaidosa, mantém a tradição do traje, de trajar bem para ir à festa.
O José, aprecia as motas, dança um pouco, corre para lá e para cá e brinca e gosta de ir e de estar e quer saber porque não estão todos. Os que faltam porque não vieram? Para o José festa é sinal de muita gente de muitos primos, de tios de amigos de pessoas... Festa é sinal de gente, muita. Festa é confusão é musica é comida é agitação é alvoroço...
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