Estava triste. Tão triste que não conseguia fazer as lágrimas parar.
Ninguém compreende a tristeza sem um bom motivo.
A ela doía-lhe o coração, tanto que não conseguia parar as lágrimas que caiam que nem loucas... Sem que conseguisse ou sequer quisesse fazê-las parar.
Mas ninguém entende a tristeza. Não se pode estar triste. Apenas isso: TRISTE.
Triste sem amarguras ou coisas que correm mal.
Era assim que se sentia triste. Apenas triste. Muito triste. Como se algo muito mau fosse acontecer. Mas não sabia o quê.
Havia só essa tristeza. Esse aperto no peito que não era possível calar. Por isso chorava. Chorava qual Madalena arrependida. Chorava sem parar.
Apetecia-lhe o frio da rua. Ar fresco refresca as ideias. Pensava. Queria sentir o frio na cara. O frio da noite na pele.
Andar, não parar mais de andar.
Andar limpa o pensamento e por momentos há uma sensação de vazio.
Era tudo o que conseguia pensar.
A tristeza toldava-lhe os pensamentos e as lágrimas nublavam os olhos.
Não ver nada, não sentir nada, por um instante apenas. Nada, apenas o vazio.
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