...eu morri de medo, de medo pela impotência de não saber o que fazer. Os pequenos dormiam e eu quase... a casa abanou, abanou mesmo, as portas do roupeiro de correr correram sozinhas e eu tive medo, muito medo.
E se um dia não abanar apenas, o que faço? Como sair para a rua com os 2 de pijama a dormir.
Valeu o sangue frio do Jorge, conseguiu pensar enquanto a casa abanava, literalmente abanava.
Pela 1º vez na vida vacilei contra a minha certeza que morar alto tem todas as vantagens. Todas não, falta-lhe esta: poder correr para a rua, sem ter uma escada imensa.
Os filhos dão-nos esta noção de fragilidade e impotência. Esta noção de sermos muito pouco quando temos mesmo que ser muito.
A Terra tremeu e eu continuo com muito medo.
Foi o maior sismo dos últimos 40 anos e como em 1969 ainda não era nascida, foi uma experiência que espero não repetir, 6.0.
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